29 de março de 2011

Postagem de 2009

Coloquei esta postagem na minha primeira tentativa de blog, em 2009. Vou guarda-la  aqui.
ATIVIDADE 1 – “LULA SUGERE QUE WALFRIDO E AGNELO FICAM”


O estudo de verbos nos mostra sempre algumas particularidades, muitas delas acontecem no dia a dia, o que nos passa despercebidos, talvez devido a pouca atenção que damos ao que lemos cotidianamente.

O título acima é um bom exemplo desta afirmação, possivelmente a grande maioria da população não percebeu a incoerência “comum” entre o verbo sugerir, que dá idéia de dúvida, algo que foi proposto e que espera uma resposta, com o verbo ficar, que dá idéia oposta, ou seja de certeza, afirmação.

Para entender o porque da afirmação é preciso compreender o contexto histórico que a “gerou”. Na época (final de 2003), havia uma intensa especulação sobre uma ampla reforma ministerial no governo de presidente Lula, desgastado por escândalos de corrupção e amparado pelo apoio irrestrito da parte da população menos esclarecida da sociedade, estes fatos levariam inevitavelmente a uma troca de governo, como isso não seria possível uma troca de ministros, visto que o presidente, nunca “soube” e/ou “sabia” de nada, tudo “sempre” era culpa de auxiliares, nestes casos, os ministros daí a saída seria substitui-los.

Na vontade de antecipar as notícias para seus leitores, o jornalista, analisando frases soltas do presidente chega à conclusão de que estes dois ministros (Walfrido e Agnelo) não “seriam” trocados, sendo mais objetivo, o presidente falou algo que no entender do repórter “sugeriu” a idéia de que estes ministros não seriam trocados, ou seja ficariam no governo, daí o título exótico (do ponto de vista lingüístico) em que alguém “sugere” uma certeza.

Na questão b proposta na atividade, tem uma frase provavelmente dita por algum economista em alguma entrevista que nos leva há um uso, que a cada dia se torna mais convencional que é a flexão do advérbio comparativo sintético, melhor, (no lugar da locução adverbial: mais bem) que deveria concordar com o verbo, porem mantendo sua forma no singular, já que é tido como invariável.

De acordo com a norma culta a frase ficaria assim: A implicação é que esses países talvez se saíssem melhor economicamente se fossem mais parecidos entre si. Um exemplo do uso correto do advérbio melhor esta no texto existente no site inema.com.br “[...] garante que mais treinamento poderia fazer com que se saíssem melhor neste quesito.”( http://inema.com.br/mat/idmat061176.htm) Percebemos que mesmo com o verbo no plural o advérbio continuou no singular, mantendo sua invariabilidade.

ATIVIDADE 2 – CERTIFICADO DE GARANTIA

Os certificados de garantia contidos em todos os produtos industrializados atualmente compõem um exemplo importante do gênero do Instruir, pois de forma objetiva ela ensina e esclarece o consumidor de seus direitos ao tempo em que deixa claras as casualidades que poderão fazer com que o mesmo perca tais garantias.

A conjunção condicional “se” é muito utilizada nestes textos, no exemplo do material didático percebemos também outras palavras (locuções conjuntivas) que têm o mesmo sentido de “se” alternando a forma de escrever (concorrendo com o “se”) e enriquecendo o vocabulário de consumidor, são elas: que por ventura, desde que, na eventualidade e em caso de.

Na penúltima ressalva da referido certificado percebemos o uso do conectivo/ conjunção aditiva “e” em uma forma combinada com o conectivo/conjunção alternativa “ou” o que resulta em e/ou, que multiplica sua capacidade explicativa, pois serve tanto para um acontecimento, quanto para outro.

Levando-se em consideração o primeiro parágrafo, onde está escrito: “A responsabilidade do fabricante limita-se à substituir gratuitamente as peças defeituosas do produto [...] “ percebemos que a intenção do fabricante é usar o certificado de garantia também em proveito próprio, visto que de forma indireta ele deixa claro que não se responsabiliza por outros danos causados pelo aparelho, que sejam externos ao mesmo, assim sendo, de acordo com o certificado o consumidor não teria direito a indenização da cadeira de balanço.

É claro que todo este argumento se baseia no certificado, o que, não quer dizer que esteja correto, visto que em casos como este apresentado para este trabalho não seria levado em conta apenas o certificado e sim leis que regem todo o comércio de bens de consumo, como o código de defesa do consumidor entre outros.

Também é interessante notar que um texto que em tese funciona para dar mais segurança ao consumidor, pode ter papel inverso, ou seja garantir ao fornecedor que este não cumpra com todas suas responsabilidades como fabricante, e assim use-o de forma a se eximir de quaisquer possibilidades reais que possam acontecer, visto que exclui do texto qualquer possibilidade de culpa, no caso de algum acontecimento, vir a provocar outros em cadeia.



ATIVIDADE 3 – CADEIAS DE CAUSAS E EFEITOS



FATO NEXO FATO

Corte de energia da CPFL Interrupção no abastecimento de água 120 mil pessoas sem água.

Seca e excesso de poluição Suspensão na captação de água no rio Atibaia 120 mil moradores (50%) da cidade sem água

Estiagem prolongada Medidas de conscientização da população Enfrentar a crise de abastecimento, economizando água





ATIVIDADE 4 – OLÍMPICA



O mestre José Paulo Paes afirmou: “Quanto menos palavras se use para dizer algo, maiores as possibilidades de dizê-lo melhor.” (Leão, 1998). Esta afirmação se comprova em vários dos seus poemas e se confirma de forma louvável em Olímpica, estudada para este trabalho.

Vasconcelos (2006) o inclui como um dos novos representantes da poesia concretista, devido a sua ligação com a musicalidade e visual que remetem a movimento, dando idéia de compreensão não apenas do que está escrito, mas também do visual que o texto assume, visual este que se percebe na poesia estudada, ela que foi inspirada em “porque ufano meu país” do Conde Afonso Celso, inverte o seu sentido ao propor que este orgulho esteja em uma olimpíada, e o “corredor” esteja cansando. A afirmação original do Conde toma ares de pergunta no sentido em que Paulo Paes colocou.

Ao completar o nome país, o “corredor” imaginário do mestre dá impressão de “cair”, pois suas interjeições mudam, vão do “ufa” para o “uff” e finalmente para apenas “fff” , como se tivesse completado a tarefa, carregado o seu país nas costas.

O autor não acredita haver uma poesia “concreta”, apenas alguns “[...] procedimentos verbais e visuais [...]” (Leão, 1998), que ele os usou devido ao seu gosto pelo humor ao qual ele crer deve ser essencial na poesia.

Olímpica é isso, uma obra inspirada no ufanismo exagerado de Afonso Celso, com o traço realista de José Paulo Paes.

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