25 de julho de 2009

UM DIA NO FÓRUM



No dia 23/07/2009, passei praticamente um dia inteiro no Forum de minha cidade. Uma semana antes fui "intimado" a comparecer no forum como jurado de um juri popular que julgaria um ccaso de assasinato aconteceido em 2006.
O que vou escrever aqui, o farei como em um diário particular, pois sei que poucos leem e sei tambem que com o cerebro que tenho corro o risco de esquecer detalhes deste dia, que foi totalmente diferente em minha vida.

No inicio, chegar as 8:30 e juntar-me aos demais "convidados", de inicio percebi o sentimento de todos: ir embora, sair dali. Eu estava dividido tambem queria ir embora, mas algo em mim pedia pra ficar, talvez o meu lado "ator", aquela que deve ter sido o meu "dom" inicial pedia pra ficar ou talvez porque gosto de aprender e tudo que é diferente me atrai, talvez meu lado explorador pedisse pra ficar, no geral me sentia indeciso e pensei comigo o melhor irá acontecer, que venha os acontecimentos.

Passaram-se mais de uma hora de atrazo para o início das atividades, ficamos alí um com o outro jogando conversa fora e torcendo que os funcionarios dessem início as atividades do dia. Chegaram, testa-se microfones (ruins), arruma-se as escrivaninhas, chegam os advogados, chegam populares, parentes do acusado, o acusado, mais jurados...

O Juiz chega por ultimo, simpatico, jovial quebra o clima de seriedade falando que atrasou-se, pois a "chefe" estava visitando a comarca e ele não poderia deixar de fazer "a sala". Deu-se de fato inicio aos trabalhos.

Eu, atento, acompanhava os acontecimentos. Ele conferiu os nomes dos intimados a jurados colocou-os em uma urna e começou a "sortear"( seria azarear?) os que ficariam para tal acontecimento. Mais uma vez dentro de mim a pergunta quero ficar? Não quero ficar? Resolvi não torcer. Resolvi acreditar que o melhor sempre aconteceria.

Eram 25 jurados e mais alguns suplentes seriam "sorteados" 7 para colaborarem com a justiça julgando de fato o acusado. Os nomes foram saindo da urna e depois disso descobri que os advogados ou o promotor podem "recusar" algum jurado, percebi que isso influência muito no fato de quem vai ser de verdade jurado ou não. Algumas "figurinhas carimbadas" da cidade foram sorteadas e prontamente "recusadas" por advogados (amisade talvez, deixando de fora conhecidos ilustres.... será?) Em outros casos percebi uma coerencia interessante recusaram alguns jurados acima do peso, para ser mais exato três deles, fiquei imaginando algum preconceito.

Ja haviam sido aceitos 6 jurados e nada de meu nome ser "sorteado", ja estava me sentindo aliviado quando ouvi o nome do setimo jurado ser chamado e não era eu. Ufa! era para ter sido assim. Porem o tal sortudo não atendeu a intimação do juiz e não se fazia presente a sessão. Ouvi do juiz para dar-lhe uma multa de um salario mínimo e procedeu-se uma nova rodada da urna para sair mais um sortudo. Desta vez saiu o meu nome.

Ainda olhei para o promotor e para os advogados na infantil esperança de que algum não me aceitasse, nada. O juiz chamou-me com um leve aceno e lá fui eu completar o numero sete no lado esquerdo da sala de juri. Quando vesti o manto negro, com uma cordinha branca em tono do pescoço, lembrei-me de como achei feio quando os vi vestindo trajes parecidos ao entrarem no local do julgamento. todos de negro com cordinhas de cores variadas.

Na sequência foi lido e repassando os acontecimentos do dia em que ocorreu o assasinato, o promotor acusando e três advogados defedendo, tentei prestar bastante atenção aos fatos narrados, porem confesso que em alguns pontos deixzei minha mente vagar solta tentando "fugir" daquela sala, em resumo os advogados de defesa julgavam o caso perdido e somente pediam para que o acusado, que ja havia confessado o crime fosse agraciado com umapena pequena, pois agiu segundo eles, em situação de humilhação e apenas defendeu-se.

Passaram-se horas e horas com imagens e fatos que não merecem serem realtados e merecem serem esquecidos pois mostram o quanto o ser humano pode ser animal em momentos que perde a civilidade e descontrola-se emocionalmente.

Fomos para a sala de votação, na verdade não era "sala" era um local de multiplo uso, onde ficava varios objetos recuperados, talvez pela policia, ou talvez apreendidos para garantir algum pagamento, alem de preenchido pelos materiais é pequeno, baixo, sufocante...

Os funcionarios esmeraram-se em torna-lo agradavel para que podessemos votar, o Juiz mais uma vez reesplicou as "regras", fez um teste para ter ciência que os jurados haviam entendido, tudo certo iniciamos a votação, eram 3 questões, a primeira perguntava se o réu era realmente culpado, a segunda se ele merecia ser condenado e a terceira so aconteceria se necessário fosse, pedendendo do resultado da segunda pergunta.

Como o réu ja tinha confessado, todos sabiamos que foi ele mesmo que cometeu o assasinato, a segunda pergunta na opinião dos advogados de defesa la fora já estava perdida, o reu iria ser considerado culpado, eles haviam pedido aos jurados que na terceira pergunta optassem por uma pena "menor". O inesperado aconteceu, não foi preciso ir pra terceira pergunta, porque a maioria dos jurados considerou o réu inocente e votou por ele ser um homem livre.

Fiquei me perguntando, os advogados de defesa não contavam com isso, ja consideravam culpados, porque nós jurados votamos em sua maioria por sua liberdade? Talvez porque a maturidade dos jurados tenha prescentido que cadeia não melhora ninguem.

Naquele dia de julho conheci um novo "meio social" e torço que nunca mais eu precise participar dele, é um meio onde meu lado ator não consegue representar nada, afinal para se interpretar bem um papel precisa-se de muito tempo e estudo e, um jurado, praticamente não tem tempo algum para decidir o que é certo, ou errado.

8 de julho de 2009

MAMÃE E O SENTIDO DE VIDA / HISTORIAS DE PSICOTERAPIA


Nos últimos dias dediquei-me a leitura do livro que tem como titulo o mesmo desta postagem, é um livro do Dr. Irvin D. Yalom, escritor e psiquiatra americano, nascido em 1931, atualmente professor emérito de psiquiatria na Universidade de Stanford.
O livro tem seis historias que misturam ficção e realidade de forma harmônica, Yalom consegue um otimo desempenho no quesito "contador de historias", porem sua prática e experiência profissional torna o texto um pouco dificil de ler. Comparo-o a subida de uma montanha, por alguem inexperiente em subidas.
De inicio, vontade de subir (ler o livro) em seguida a 1ª historia (ou a primeira encarada da montanha, dá um cansaço, texto dificil de ler...). Porem depois dela, vem a brisa refrescante, como a sensação de ter conseguido vencer um grande obstáculo, no livro os textos se tornam mais acessiveis e mais agéis, facilitando a leitura. daí em diante a subida se torna um praser, é a brisa, são as flores, os aromas, o texto se torna delicioso, talvez pelo maior entrosamento com os termos desconhecidos da primeira historia.
Ao fim do livro, temos o melhor da aventura, a historia "A maldição do Gato Húngaro" fecha de forma maravilhosa o livro, como se em cima da montanha avistassemos uma bela e inesquecivel paisagem. Na minha opinião valeu muito subir a montanha!



23 de junho de 2009

O VENDEDOR DE SONHOS

Nos últimos 15 dias eu tive o prazer de ler “O Vendedor de Sonhos”, de Augusto Cury. É um livro maravilhoso no mais alto grau que a palavra possa expressar. Lendo-o encontrei um pouco de minha própria historia, revi alguns de meus medos, pude, ao menos em um curto espaço de tempo sentir um pouco da minha pequenez, um pouco da minha verdadeira essência. É do livro o vendedor de sonhos que retirei a parábola abaixo, não resisti e transcrevi também a “canção” oficial da turma “transloucada” que faz a festa no livro inteiro. E você? Qual seu grande sonho? Seja qual for, o vendedor de sonhos tem e lhe oferece... e o melhor a custo zero! Habilite-se a adquiri-lo, viva o seu sonho!


A Parábola do Casulo
“Duas lagartas teceram cada uma seu casulo. Naquele ambiente protegido, foram transformadas em belíssimas borboletas. Quando estavam prestes a sair e voar livremente, vieram as ponderações. Uma borboleta, sentindo-se frágil, pensou consigo: ‘A vida lá fora tem muitos perigos. Poderei ser despedaçada e comida por um pássaro. E mesmo se um predador não me atacar, poderei sofrer com as tempestades. Um raio poderá me atingir. As chuvas poderão colabar minhas asas, levando-me a tombar no chão. Além disso, a primavera está acabando, e se falar o néctar? Quem irá me socorrer?’ Os riscos de fato eram muitos, e a pequena borboleta tinha suas razões. Amedrontada, resolveu não partir. Ficou no seu protegido casulo, mas como não tinha como sobreviver, morreu de modo triste, desnutrida, desidratada e, pior ainda, enclausurada pelo medo que tecera.

A outra borboleta também ficou apreensiva; tinha medo do mundo lá fora, sabia que muitas borboletas não duravam um dia fora do casulo, mas amou a liberdade mais do que os acidentes que viriam. E assim, partiu. Voou em direção a todos os perigos. Preferiu ser uma caminhante em busca da única coisa que determinava sua essência.”

A "canção oficial" dos caminhantes

Sou apenas um caminhante
Que perdeu o medo de se perder
Estou certo de que sou imperfeito
Podem chamar-me louco
Podem gozar das minhas ideias
Não importa!
O que importa é que sou um caminhante
Que vende sonhos aos transeuntes
Não tenho bússola nem agenda
Não tenho nada, mas tenho tudo
Sou apenas um caminhante
À procura de si mesmo."

7 de junho de 2009

OS ALFABETOS

Alfabeto Fenício com tradução latina

Alfabeto em libras ( lingua brasileira de Sinais)
Alfabeto Português atual.

30 de maio de 2009

TCC, A EPÍGRAFE

A epígrafe de um trabalho, é a porta de entrada, é a seta, que mostra em qual direção o texto será escrito, falando em termos "romanticos" é a musa inspiradora do trabalho.
Durante o início das pesquisas as vezes s e encontram muitas que falam exatamente o que se quer dizer, as vezes não se encontra nada que fique legal, que seja conciso, mas vale muito a pena se colocar uma boa citação (epígrafe) no inicio de qualquer trabalho, no TCC que é um trabalho maior, bem mais elaborado cabe uma epígrafe caprichada.
Para quem leu muitos livros fica fácil, todos os autores tem frases fortes sobre seu tema, que servem como belas citações, porem os mais apressados podem recorrer a frases selecionadas por sites, os quais tem uma infinidade de  frases, sobre os mais variados assuntos pode pesquisar neste site é só digitar a palavra chave procurada e surgirá, algumas possibilidades.
Bom trabalho a todos, Caprichem!

21 de maio de 2009

TCC, OS AGRADECIMENTOS....

Eu tenho muito que agradecer, a começar pelo fato de estar vivo, e de poder compartilhar este trabalho com outros seres, iguais a mim, que gostam de se apoderarem dos conhecimentos herdados de nossos antepassados.

Eles são meus heróis e merecem meus agradecimentos, todos eles, aos seres humanos que viveram antes de mim, o meu muito obrigado!

Aos que participaram de minha vida, de forma direta, quero agradecer muito a minha mãe, que nas horas difíceis, manteve firmemente a vontade de escolarizar os filhos, ao meu pai cabe o agradecimento de neste ponto obedecer a minha mãe.

A minha esposa, Auri, meus filhos Alison e Loislene, e minha irmã Rosa, alem de parentes próximos, todos estiveram presentes na longa caminhada desta graduação. Meu obrigado e meu carinho a todos.

Aos professores que passaram por minha vida, que foram muitos, quero agradecer especialmente a primeira, Profª.  Terezinha, com a qual descobri o prazer de transformar as letras em sons. As Professoras Margarida, Marlene e a excelente professora Sônia Azevedo, também as competentes professoras regentes do meu estágio, Valdilene e Eli Vaneide. Sem vocês seria impossível, obrigado!

Na Unopar quero agradecer ao professor João Antonio, que ensinou língua latina no primeiro semestre e despertou em mim um contato inicial maravilhoso com este idioma, língua mãe da “flor do Lácio”.

Também ao Professor Fernando Zanluchi, que ensinou apenas um semestre, mas marcou pelo entusiasmo e carisma. A professora Mariângela Lunardelli, outra personalidade forte e altamente capacitada que nos fez falta no último semestre.

As tutoras  eletrônicas Andrêia Garcia, do primeiro semestre e Ivana Maria do último, maravilhosas, indispensáveis. Obrigado, valeu muito suas ajudas!

Na sala, no convívio de cada dia, Tarija, nossa eterna colega, nossa tutora, aquela que esteve presente durante todo o curso possui minha admiração e meu carinho.

Quero muito agradecer também a todos os colegas de turma, especialmente a Jânia, Juci, Lúcia, Monique, Thay, Isabel, Nádia, Irlande, Benilde, Geronice e Catarina. Foi bom conviver com vocês, Muito obrigado!

15 de maio de 2009

TCC, O SEU DESAFIO PESSOAL

Fazer um tcc, pode ser tanto um grande prazer, quanto uma grande tortura, tudo dependerá do tema que você irá escolher!
Geralmente o tema é livre, você pode escolher o que mais slhe agrada no seu curso, lembre-se você ja escolheu o curso porque gosta da área, então será natural você se identificar vom algum tema desta mesma área.  Escolha o tema certo: EXATAMENTE AQUELE QUE VOCÊ MAIS GOSTA!   e seu Tcc será uma viagem prazerosa e Tranquila.

Na sequência, e antes de começar a escrever "foque" seu tema, em outras palavras, reduza-o para um momento especifico, como no exemplo ao lado, se você for falar de futebol em todo o mundo, ou mesmo só no Brasil, terá tanto o que dizer que na verdade nada falará.

Este tema, já delimitado deverá então ser "dividido" em no minimo duas grandes partes, assim você poderé explorar duas fases, ou dois momentos distintos, ou até duas opiniões diferentes sobre o seu tema, lembra daquela historia, os dois lados da moeda?

Definidos os dois grandes "ramos da árvore" é partir para ação, ler, ler e ler mais, se preciso reler tudo de novo sobre o seu assunto escolhido, refletir criticamente sobre a leitura e formar novas opiniões, gerar novas teses, novos conhecimentos, recontar a historia sob novo angulo, o seu ângulo, a sua maneira de ver e entender as coisas, é aí que a sua primeira escolha fará seu percurso delicioso ou tortuoso, pois será aí que você colocará no texto a sua marca.
Não tenha medos! deixe o teclado gerar os caracteres que representam seu pensamento, Seja autêntico, faça do seu jeito. Para completar seus argumentos pesquise ou crie imagens, se preciso planilhas, valorize sua exposição.

Lembre de encerrar seu texto, colocando nele as marcas finais de suas reflexões e conclusões, volte a introdução, que eu gosto de chamar de apresentação e reescreva-a, atualize-a, pois com certeza no escrever de seu texto, você mudou muito o que no inicio tinha em mente.

Entregue seu texto para o orientador confiante, ele saberá respeitar sua individualidade e com certeza não vai querer que você escreva "à maneira dele" e sim a sua maneira, dará dicas, com certeza... mas serão poucas e todas no sentido de aperfeiçoa-lo... Não seja preguiçoso nesta hora, faça as correções!

Então? preparado pra se tornar mais um vencedor?  Mãos a obra!!!

6 de maio de 2009

FAÇA AS REFERÊNCIAS CORRETAS

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Um trabalho bem feito pode ficar "estragado", por falta de referências, é impossivel se escrever sem ler... Então é lógico que as idéias que temos de uma forma ou de outra nem são "nossas" e ao mesmo tempo são, porem nossas "fontes" de inspiração, que nos fizeram produzir um trabalho, em outros poderão inspirar trabalho diferentes, afinal estamos falando de "reinterpretação" de conceitos, de textos, de reprodução (risos).... reprodução literárias!  Por isso, faça direito as referências em seus trabalhos, elas indicarão onde vc "bebeu" o seu conhecimento, veja os modelos:

de livros:

SOBRENOME, Nome do autor. Título da obra. Edição. Cidade: Editora, Ano de Publicação.

exemplos com um e dois autor(es):

SILVA, Luis Antonio. A Língua que Falamos - Português: História, Variação e Discurso. São Paulo. Globo, 2005. (perceba o título em negrito)

CALLOU, Dinah; LEITE, Yonne. Como Falam os Brasileiros - Col. Descobrindo o Brasil. Rio de Janeiro. Jorge Zahar, 2005. (lembrando: o título esta em negrito!)

exemplo de arquivo lido na internet:

RIOS, José O Oliveira. Literatura Africanas de Expressão Portuguesa. Disponível em <http://lideias.blogspot.com/2009/05/faca-as-referencias-corretas.html>. Acesso em: 01 mai.2009.

percebeu de novo o negrito no título?....

em caso de continuar com duvidas, me mande um e-mail (rios.orlando@ig.com.br) e terei o maior prazer em ajuda-lo(a). Não esqueça de se identificar rs rs !

 

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4 de maio de 2009

TRAB LITERATURA AFRICANA DE EXPRESSÃO PORTUGUESA





LITERATURAS AFRICANAS DE EXPRESSÃO PORTUGUESA


As aventuras navais dos portugueses do século XV espalharam o idioma por quatro continentes, entre eles o africano, um continente marcado historicamente pela disputa entre tribos rivais, esta eterna discórdia interna fez da áfrica uma “colcha de retalhos” criando países pobres e de pouca representatividade no mundo moderno. Nos países em que Portugal, como colonizador, explorou por algum tempo, levando muitas de suas riquezas, deixou, mesmo que sem querer uma herança que “conecta” mais de 35 milhões de habitantes africanos á oitava língua mais falada no mundo: o português. Neste trabalho mostrarei um pouco da literatura em língua portuguesa em dois destes países, Angola e Moçambique.




ANGOLA


Angola é um jovem país de 34 anos, é também o segundo maior falante de língua portuguesa no mundo, tem sua historia marcada por momentos de repressão e por um período de colonialismo extensamente longo, só possível de acontecer graças ao incrível índice de analfabetismo, herdado do colonialismo português. Sua literatura em língua portuguesa passou por períodos de pouca criatividade, devido a falta de pessoas escolarizadas e capazes de criar um literatura atuante (97% da população analfabeta) até que em 1948 alguns dos 3% da população alfabetizada resolveram voltar seus olhos e sua atenção ao maior país africano de língua portuguesa e lançaram em Luanda, capital do país, o brado “vamos descobrir angola”.
Este “brado”, pode ser visto como o choro de um bebê ao nascer, no caso nasceu a literatura de um país, e os pais e mães eram os membros do Movimento dos Novos intelectuais de Angola que em 1950 “registram” definitivamente a certidão de nascimento desta literatura com a publicação de “antologia dos novos poetas de Angola”.
Em 1951 a Associação dos naturais de Angola, (ANAGOLA, em língua quibunda, “Filhos de Angola”) que provavelmente teve como membros muitos dos ‘novos intelectuais’ lança a revista Mensagem que dura até 1952 com apenas 4 exemplares, numero suficiente para criar um clima propício ao desenvolvimento da literatura angola. Em 1957 este mesmo grupo lança outra revista, agora com o nome Cultura, mantém os mesmos ideais da anterior e revela poetas significativos para mostrar a angolanidade, natural do povo e até então distante de sua criação literária.
Toda esta efervescência culminou na criação do MPLA, movimento popular de libertação de Angola, que foi decisivo na independência do país.
Este momento cultural angolano influenciado pelo momento histórico é marcado pela descoberta do sentido de ser do povo angolano, que passa a sua valorização e exaltação, com o movimento negritude e culmina nos temas ligados a exploração econômica, repressão policial o que leva o africano a pegar em armas e lutar pela independência. Todos este processo dura em torno de 12 anos de a948 a 1960, quando então começa um novo momento na literatura de Angola.
Começa a luta armada em 1961 e a revista Cultura esta em plena ação, animando os guerrilheiros com sua temática nacionalista o que faz a repressão portuguesa do ditador Salazar endurecer ainda mais, culminando com o encerramento das atividades da revista, junto com ela o governo colonial português fechou tudo que pudesse distribuir ideais de independência angolana.
Porem estes fechamentos não conseguem matar a literatura de angola que resiste e se fortalece através de autores como Luandino Vieira e de obras como “Luuanda e nós” e “Makulusu. O poeta escreve até certo tempo em português europeu, formal e culto, a parti de 1962 provavelmente como forma de mostrar que Angola não era só o que os colonizadores trouxeram em forma de cultura ele mistura os sentidos do português padrão com a língua quibunda, existente em angola há séculos e cria neologismos e gírias que são marcas da angolanização do português e provas da cultura do homem africano.
Entre os intelectuais africanos que mudaram a maneira de se entender o conceito de nação e foram decisivos na criação não só de uma nova literatura para o país, mas também para sua independência se destaca o poeta Agostinho Neto. Autor de “Sagrada Esperança”, obra que os historiadores comparam ao clássico “os Lusíadas”, de Camões (com ressalvas temporais, espaciais, culturais), Neto de forma épica, mostra toda a alienação social, cultural e política vivida pelo negro, exibe de forma clara a exploração econômica, a repressão policial,a prostituição, o alcoolismo, o analfabetismo e a miséria a qual é submetida toda uma população apenas por diferença de cor. Ele exalta a solidariedade, o trabalho a esperança e o amor como combustíveis que proporcionarão a este mesmo povo a força capaz de criar a revolução que levará o povo angolano a sua verdadeira identidade, a identidade de um povo livre.
Sua obra é dividida em três fases, a primeira tem momentos neo realistas e de valorização do povo negro (negritude) e vai de 1945 a1949. A segunda que dura de 1949 a 1955 ainda tem poucos momentos neo realistas, mas sua maior parte é totalmente dedicada a valorização do ser humano negro, em angola, na áfrica e em todo o mundo, dando especial atenção a solidariedade negra, mostrando que a cultura tribal africana de um negro lutar contra o outro sempre foi um grande erro. A última fase deste inesquecível poeta é marcada pela sua prisão, ele a usa como forma de inspiração e produz obras que incitam a liberdade e a independência do país, convocam os angolanos a lutarem a combaterem a ganharem a liberdade com as próprias forças.
Seu empenho é recompensado, o país liberta-se e ele torna-se merecidamente o seu primeiro presidente.



MOÇAMBIQUE


Embora separado de Angola territorialmente, Moçambique compartilha com o vizinho o fato de ter como idioma oficial a língua portuguesa, este país africano fica na costa oriental da áfrica austral e devido a sua formação geográfica faz fronteiras com muitos outros países, o que possibilita uma grande interação com muitos povos africanos. Sua literatura de língua portuguesa se mostra mais fértil nas décadas de 40 a 50 onde são publicados grande quantidade de textos em livros e jornais, todo este momentos é fruto da recente instalação da imprensa com a revista msaho e o jornal paralelo 20, ambos serviçais divulgadores das idéias anti-coloniais.
Com o fim da II grande guerra a literatura moçambicana adquire maturidade, os anos entre 1945 a 1952 foram decisivos para o inicio deste grau de qualidade. Uma característica forte é o segregacionismo moçambicano que extrapola de vez a razoabilidade separando de forma veemente todas as raças, forçando-os a formarem grupos separados. Como reação a esta visão ultrapassada do mundo, escritores e intelectuais formam grupos que a partir dos primeiros anos de 1950 publicam seleções a antologias com as idéias da negritude, pregando uma maior identidade nacional, sem distinguir raças, todos são moçambicanos. Junto a isso textos ligados ao neo realismo denunciam a péssima condição humana no país e funcionam como referencia para a conscientização da população.
Em 1964 inicia-se a fase de exortação a luta armada para a independência do país, a temática glorifica a revolução e serve como base para textos anti-colonialistas. Na narrativa surge “nós matamos o cão-tinhoso” de Luis Bernardo Honwana que mostra de forma alegórica uma vitoria imposta ao colonizador pelos negros livres e capazes de dominar seu território.
Guilherme de Melo com raízes do ódio de 1963 e Orlando Mendes com Portagem de 1966 inauguram o romance moçambicano. Nesta partida impetuosa da literatura acontecem três vertentes importantes. A primeira é formada por escritores como José Craverinha, Orlando Mendes, Rui Nogar e Luís Bernardo Honwana e tem como herança um nacionalismo resultante de tendências de incorporação do pan-africanismo, com experiências neo realistas e negritudistas. São textos publicados de forma restrita em pequenos ghettos intelectuais.
A segunda, também publicada para um pequeno publico, tem como diferença fundamental o conteúdo que é basicamente inspirado nas grandes obras universais que vêem desde as antiguidades clássicas até a exaltação da cultura ocidental européia, seus nomes mais destacados são Rui Knopfli, Eu gênio Lisboa, João Pedro, Grabato Dias e Maria de Lourdes Cortaz.
A terceira vertente tem maior liberdade de publicação, esta quer atingir e chegar ao povo para incentivá-los a luta armada pela independência, é a temática de guerrilha que em forma de poesia espalha-se pelo povo. Aqueles que não sabem ler, ouve seus versos e saem cantando de armas nas mãos.
Já em 1971 surgem a revista Caliban que traz textos de excelente qualidade, este momento também é marcado pela volta de escritores, na maioria brancos que haviam saído da colônia, o que geral uma enorme leva de intelectuais que estão ligados a Moçambique mas também estão ligados também a Portugal pelo contato intenso entre pensamentos pro e anti coloniais, se encaixam neste momento nomes como os de Rui Knopfli, Glória de Sant’Anna, Guilherme de Melo, Jorge Viegas. Outros assumem sem reservas a cidadania moçambicana, como Mia Couto, Heliodoro Baptista e Leite de Vasconcelos.
Entre 1975 e 1992 acontece o fortalecimento da literatura moçambicana com a publicação de textos que estavam guardados, seja por motivos de repressão do colonizador, ou por falta de oportunidade de fazê-lo. Este processo consolida e dar uma maturidade definitiva ao ser moçambicano que passa a temas de exaltação da pátria, recém independente, cultos aos heróis da luta pela libertação nacional, temas doutrinários e militares. É importante lembrar que o novo governo também tentou controlar o que era publicado, sendo totalmente livre desta censura apenas os textos publicados fora do país.
Um poeta/jornalista moçambicano merece destaque em todo este processo de autoconhecimento e de libertação é José Craverinha, sobre o qual podemos analisar uma sequência de fases em suas obras. A primeira é marcada pelo neo-realismo e traz como tema a tradição popular e tribal, o ser humano é mostrado cheio de problemas e complicações, acontece o privilegio da mensagem sobre a forma, pois o objetivo do autor e conscientizar o leitor do seu real estado de vida.
A segunda é marcada pela negritude, a forma muda, os versos tornam-se longos e o texto enaltece o negro, as raízes africanas neles estão presente os sentimentos mais puros do autor, a revolta contra a escravidão em denuncias feitas de forma bastante agressivas. A terceira fase do artista traz a moçambicanidade, a identidade nacional do seu povo, nela a busca pelo que é de verdade o ser moçambicano, suas raízes, seus desejos e seu futuro de liberdade estão misturados de tal forma que aos lê-los se sente a força e a garra do homem de Moçambique.
Na quarta e ultima fase, escrita em parte na prisão acontece o paradoxo de ter como tema a libertação, são desta fase os livros chigubo (1964), karingana ua karingana (1974), Cela 1(1980) entre outros.
Termino este trabalho com um pequeno trecho do poema África de José Craverinha: “Em meus lábios grossos fomenta / A farinha do sarcasmo que coloniza minha Mãe África / E meus ouvidos não levam ao coração seco / Misturado com o sal dos pensamentos / A sintaxe anglo-latina de novas palavras”.

Alem dos países descritos neste trabalho, no continente africano também falam a língua portuguesa: Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e São Tomé e Princípe.
Referências:

JARDIM Marcelo Rodrigues. Literatura Portuguesa III. Material Complementar Universidade Norte do Paraná, letras 7. São Paulo. Pearson Education do Brasil, 2009.

JOSE CRAVERINHA. Disponível em < http://lusofonia.com.sapo.pt/craveirinha.htm > Acesso 01 mai. 2009.

LITERATURA MOÇAMBICANA. Disponível em < http://lusofonia.com.sapo.pt/Mocambique.htm#periodiza%C3%A7%C3%A3o > Acesso 01 mai. 2009.

LUSOFONIA ANGOLA. Disponível em < http://www.lusoafrica.net/v2/index.php?option=com_content&view=article&id=59&Itemid=62 > Acesso 01 Mai .2009.

LUSOFONIA MOÇAMBIQUE. Disponível em < http://www.lusoafrica.net/v2/index.php?option=com_content&view=article&id=63&Itemid=66 > acesso 01 mai. 2009.

SONCELLA, Josely Bogo Machado. Literatura Portuguesa III. Universidade Norte do Paraná, letras 7. São Paulo. Pearson Education do Brasil, 2009.

TEXTO EDITORES UNIVERSAL. Língua portuguesa on-line. Disponível em <http://www.priberam.pt/dlpo.> Acesso em: 01 mai. 2009.

TRABALHO LITERATURA BRASILEIRA

Atividade 1 – HIPOTRÉLICO (tutaméia, quiquiriqui, mexinflório, chorumela ...)


Procurei no dicionário “on line” que sempre uso, o priberam.pt, e nada encontrei. Pesquisei mais um pouco e lá estava os “verbetes da linguagem guimaraenzada”, são muitos, aqui, no titulo coloque alguns que mais me chamaram atenção.
Tatuméia, que tem uma tradução de ninharia, quase nada, pode ser vista de outra forma, uma forma hipotética (ou hipotrélica) que traria uma variedade de sentidos, algo comum a um escritor que soube como nenhum outro explorar o português arcaico, contemporâneo e outras línguas (existentes ou imaginadas), criando uma espécie de gramática própria, que inovou e resistiu ao tempo.


Atividade 2 - JOÃO GUIMARÃES ROSA.

Pelas veredas da vida, pelos caminhos que nos leva ao sertão que existe dentro de cada um de nós, esta João Guimarães Rosa, escritor mineiro, nascido na pequena Cotisburgo, esteve médico, esteve diplomata, mas sempre foi escritor.
A característica mais marcante em suas obras regionais/universais é o uso inovador da língua, ele sem pudores usa de toda a sua criatividade para a formação de neologismos, dando a cada palavra uma plurisignificação que transcende o espaço da página e encontra no leitor um campo fértil para novas significações.
Outro ponto marcante é a fonte universal da qual bebem os grandes mestres: o bem e mal, a vida é a morte, qual o sentido de existir? Rosa, com seu jeito único de escrever mistura arcaísmos a termos modernos para nos mostrar que as palavras vão alem do texto, seus personagens fortes vão alem da historia.
Com seu estilo absolutamente novo, marcou de forma digna a 3ª fase do modernismo brasileiro, trazendo a tona, no seu universo regionais de jagunços e fazendeiros questões universais: qual o significado do amor? Do ódio? Da ambição? Qual o motivo pra sobreviver à fúria do homem e a aridez da terra?
Afinal, “Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não. Deus esteja.”

Atividade 3 – ALGUMA POESIA


“Eu também já fui brasileiro / moreno como vocês. / Ponteei viola, guiei forde / e aprendi na mesa dos bares / que o nacionalismo é uma virtude. / Mas há uma hora em que os bares se fecham / e todas as virtudes se negam.” ( Drummond)
Este trecho de “também já fui brasileiro” tem semelhança com Alguma poesia, ambos mostram que muitos artistas e intelectuais da década de 20 e 30 defrontaram-se com alguma ambivalência (aspectos diferentes entre si) na definição do caráter nacional ora valorizado em nossas raízes, ora projetado no rumo da modernização.
Daí que devemos entender que esta virtude do nacionalismo esta tanto no “elevador quanto na roça”, era provavelmente o primeiro indicio de um país plural, heterogêneo, completo como é o nosso.


Atividade 4- A HORA DA ESTRELA


O heterônimo Rodrigo S.M. serve como uma tentativa de Clarice Lispector imaginar outra forma de escrever, isso acontece em 1977, ou seja, bem longe da geração de 45, tempo em que a escritora foi um dos ícones com suas pesquisas estéticas.
A historia tem um contexto social e mostra uma personagem até certo ponto típica (nordestina, sem instrução, sendo explorada...). Talvez o que sirva para “ligar” “a hora da estrela” a geração de 45 seja o fato do heterônimo. Mas porque o uso de tal artifício?
Talvez o fato de estar sofrendo de câncer, tenha feito a autora fugir de seu cotidiano, que era escrever com narradoras femininas e aventurar-se com um narrador masculino, sendo assim escreveria inovando até mesmo do ponto de vista inicial: a visão de um homem. Clarice não consegue, e seu Rodrigo acaba soterrado sob a criatividade da grande escritora que o criou.
Assim sendo, a analise psicológica dos personagens volta com força, a introspecção, o exame psíquico do narrador, que vira personagem, ao descrever tanto seu interior, quase tão latente quanto a Macabéia. Ambos são personagens da Clarice e trazem consigo toda a metalinguagem de seu tempo.

Atividade 5- GABRIELA, CRAVO E CANELA


A beleza morena, que representa a mistura da raça negra com a branca, que povoou a Bahia durante o processo de colonização é sintetizado por Jorge Amado em Gabriela, uma personagem fascinante que nos apresenta a melhor fase do escritor, a fase lírica.
Amadurecido como ser humano Amado depois de 1958 dosa seus romances que eram quase totalmente políticos, com temperos mais doces e marcantes. Gabriela é o inicio deste processo. No enredo uma jovem pobre vinda do interior, mas de beleza espetacular se torna a jóia mais rara e cobiçada pelos poderosos de plantão.
É como se Jorge dissesse: Existe algo mais forte que o poder, existe o prazer, e o prazer é ter os carinhos de uma meiga e doce baiana. O lirismo do autor ao descrever o espírito livre e rústico da personagem o levou a academia brasileira de letras, e respectivamente ao mundo eterno dos grandes poetas.


Referências:

ALGOSOBRE.COM.BR. Tatuméia – Terceiras Estórias. Disponível em < http://www.algosobre.com.br/resumos-literarios/tutameia-terceiras-estorias.html > Acesso 04 abr.2009.

BRASIL ESCOLA. Guimarães Rosa. Disponivel em:< http://www.brasilescola.com/literatura/guimaraes-rosa.htm> Acesso em 30 mar.2009.

MUNDO VESTIBULAR, Clarice Lispector - A Hora da Estrela. Disponivel em:< http://www.mundovestibular.com.br/articles/51/1/A-HORA-DA-ESTRELA---Clarice-Lispector-Resumo/Paacutegina1.html > Acesso em 04 abr. 2009

PAGNAN, Celso Leopoldo. Literatura brasileira. Universidade Norte do Paraná,
letras 7. São Paulo. Pearson Education do Brasil, 2009.

PASSEIWEB. Alguma poesia, de Carlos Drummond de Andrade. Disponível em < http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/a/alguma_poesia > Acesso em 04 abr. 2009.

TEXTO EDITORES UNIVERSAL. Língua portuguesa on-line. Disponível em <http://www.priberam.pt/dlpo.> Acesso em: 04 abr. 2009.

TRABALHO LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS

Atividade 1 – FURO DE REPORTAGEM

Em uma pequena cidade imaginária de uns 30mil habitantes, situada entre o estado de Amazonas e do Pará, um jovem repórter de 35 anos, formado em historia americana, é chamado às pressas, por um fazendeiro local, a rádio em que o repórter trabalha é comunitária e só é ouvida dentro do território de sua cidade. Assim que entra no ar, ele fala: Bem amigos, estamos aqui, na fazenda Tabúa, neste município de Pedreiras onde fomos chamados pelo proprietário da mesma, após a descoberta de um incrível achado arqueológico, que pode mudar até a historia do nosso país.
Tudo aconteceu há apenas duas horas atrás, estávamos na rádio, recebemos a informação, e, de imediato viemos conferir, e, pelo que vimos aqui, o dono da fazenda, o senhor João Soares tinha razão: É uma descoberta fascinante, em breve este local deverá ficar cheio de pesquisadores, repórteres e demais entendidos, alem de admiradores de relíquias dos povos pré-colombianos.
Mas, vamos aos fatos: O Senhor João Soares resolveu reformar a barragem existente em sua propriedade, para isso precisava de muita pedra e decidiu dinamitar uma enorme rocha que fica no final de sua propriedade, assim como já fizeram muitos fazendeiros de nossa região. Ao tentar dinamitá-la, a enorme rocha partiu-se ao meio e mostrou por traz dela uma enorme passagem que entra no morro e depois desce para dentro dele. Esta passagem leva há uma enorme construção subterrânea, com características nunca vistas em nosso país.
Eu fui um dos primeiros a entrar, o local ainda esta sem iluminação, levei lanternas e o que pude ver foi um enorme salão, que parecia ter janelas, com algo tipo um parlatório, ou um altar no centro. Provavelmente era utilizado em cerimônias ou festas. Me chamou especial atenção, para as pedras deste local, bem limpas como se fossem polidas, destoando do resto da construção. Pude perceber figuras nas paredes, que lembras pinturas rupestres acompanhadas de pequenas inscrições que lembram textos, apesar de os caracteres não serem os mesmos de nosso alfabeto.
O chão desta enorme sala esta coberto de uma camada espessa de terra negra que parece cinzas endurecidas, em uma segunda sala anexa a primeira encontrei artefatos que parecem lanças e outros que lembram escudos, todos com um símbolo de um sol, o que lembra o povo Huari, do qual descendeu os Inca, pois este era seu principal deus. Jogado num canto da sala, vi um medalhão com uma coroa gravada, com inscrições parecidas com a língua espanhola.
Muitos pesquisadores irão descobrir todos os mistérios deste local, porem eu, um dos primeiros a vê-lo arrisco-me a deduzir pelo trabalho na pedra, semelhante a Machu Picchu, no Peru, que este local poderá ser uma cidade inteira, é provavelmente mais uma construção dos Incas, ou de seus antecessores e com isso reescreverá a historia desta civilização, mostrando que não viveram apenas no litoral, vieram ao interior, talvez até viveram primeiro aqui, e só depois, foram ao litoral, talvez retornando a viverem neste local, refugiados dos conflito com os espanhóis.
Infelizmente as cinzas no chão, provam que aconteceu uma enorme catástrofe natural, que criou toda esta cordilheiras de montanhas (mesmo que de baixa altitude) e soterrou os prováveis últimos refugiados deste antigo império. Arrisco-me mais, esta construção deve ter mais de 3 mil anos, faremos maiores investigações e levaremos ao ar amanhã com esta que provavelmente será a maior descoberta arqueológica da historia do Brasil.

Atividade 2 – ENTREVISTA TELEVISIVA OU RADIOFÔNICA

Nas entrevistas televisivas ou radiofônicas, a fala apresenta muita semelhança com a escrita, devido ao uso de termos muitos utilizados na variedade padrão da língua.
A característica principal que assemelha este gênero oral dos gêneros escritos é o planejamento, que geralmente é feito pelo entrevistador e visa “guiar” o caminho que será percorrido pelo entrevistado. Assim sendo o entrevistador ou a sua equipe formula perguntas diferentes e adequadas a cada entrevistado. No caso de um poeta é normal perguntas sobre sua infância, sua família, o que o levou a escrever, quais seus livros preferidos entre outras.
Com um político praticamente nenhuma destas perguntas seriam feitas, com certeza de planejaria questões sobre cultura, meio ambiente, corrupção... Por serem planejadas com uma certa antecedência as vezes o entrevistador as atualiza em pleno programa criando situações em que se percebe mais facilmente a descontração dos gêneros orais.
No caso dos entrevistados, salvo raras exceções só sabem o tema da entrevista, então se “preparam” para responderem sobre tal assunto, e, fazendo isso geralmente lêem sobre o assunto e preparam respostas no mesmo nível cultural do entrevistador, assim sendo usam o padrão culto da língua, o que aproxima muito as respostas da linguagem escrita.
Poderíamos assim elencar as principais características do gênero oral entrevista: a) perguntas planejadas antecipadamente; b) fala orientada geralmente por fichas, com tempo cronometrado; c) local combinado e conhecido; d) tom de voz modulado de acordo com o tema; e) possibilidade de atualização de perguntas, no caso de algum fato novo sobre o tema abordado; f) presença de “platéia” no local da entrevista e fora dela; g) uso de linguagem oral de forma culta; h) presença física dos falantes, platéia e presença “virtual” de outra platéia que as vezes pode interagir via computador ou telefone.
Vale destacar também que neste gênero o entrevistado pode se ofender, ou não concordar com alguma colocação do entrevistador, o que pode causar constrangimento e mudar o “ritmo” da conversa para um plano bem inferior ao usado na norma culta de língua.

Atividade 3 – ELOCUÇÃO FORMAL

A transcrição da entrevista que serve como base para este texto, é sim um registro formal da língua falada devido a formatação de sua escrita e as marcas lingüísticas características que são usadas na oralidade.
Podemos perceber claramente os marcadores: bom, desse/dessa, pausas seguidas, reiterações, éh, no, eu (repetidas vezes), de que, esses/esse, tem, encabeçar a lista, e sim, ao fato, de ele, e cheguei, parti, eu não preciso ficar repetindo aqui, né?, nem, então, até, se ia, não é que eu tenha nada contra, ao contrário, eu acho, bem, uma ques/uma..., dizia-se que..., primei/primeiros, hoje em dia, ou seja, da... da, do livro número quatro...não... do livro número três... se não me engano...
Os termos estão como aparecem no texto e não foram repetidos os números de vezes em que aparecem por motivos lógicos. Todos eles servem para provar que o arquivo é um registro, uma amostra da língua oral, que é informal e não foi totalmente planejado, mas segue uma seqüência interessante pois volta ao tema de forma discreta, o que mostra o bom nível cultural da entrevistada, com certeza algum com menos cultura teria voltado ao tema de forma mais “visível” e mais vezes.
Assim como acontece uma oralização de um texto escrito, também acontece a escrita de um texto oral e este exemplo traz consigo todas as características do texto oral, seus marcadores, suas repetições, sua forma, que transpassa ao leitor o sentido de uma mensagem criada e executada no mesmo momento, dá até para “sentir” o nervosismo da entrevistada.

Atividade 4 – EU SOU O ENTREVISTADOR ?

Para esta atividade, visando uma fala bem natural resolvi não entrevistar diretamente e sim “grampear” (risos) alguns amigos. Assim sendo no meio do meu trabalho, ao recebê-los e sem que os mesmo percebessem comecei a gravar as conversas, então após os contatos normais de serviço “puxei” o assunto para a língua portuguesa.
No primeiro momento o papo fluiu naturalmente, mas depois de algumas perguntas mas especificas senti que os “entrevistados” estranharam a insistência e tornaram as respostas mais bem elaboradas, até certo ponto próximas da linguagem “padrão”, ou seja formal, como se não tivessem mais a mesma “intimidade” com o que estavam falando.
Os marcadores conversacionais mais utilizados foram: é assim, na verdade, tranqüilo, é a questão, a sim... né?, isso mesmo?, sabe?, entendeu?.



A língua portuguesa... é interessante... porem assim... muito difícil de ser... iscrita, na verdade... pra se falar até tranqüilo mas pra se escrever muito mais difícil.

A maior dificuldade que eu tive na língua portuguesa na verdade é assim é... é a questão gramatical... a sim... a questão de ditongo é muito difícil... a questão de acentuação...

Pra eu falar do que me lembro bem é assim ... as vezes a a questão de coordena... é... de... coordenação né? Isso mesmo que se fala? Coordenação ... no momento so me lembro disso mesmo... coordenação fala uma coisa e pra escrever tem que se escrever concordando, sujeito com verbo né assim ? predicado e as vezes pra falar não se exige tanto

Se eu tivesse oportunidade eu estudaria á nossa própria língua, o português embora é dificil sabe? Se escrever e falar... é ...escrever na verdade... mas é interessante se eu tiver oportunidade de aprender eu aprendo outra língua que conhecimento nunca ´demais, entendeu?(... ....) embora seja dificil mas eu gosto da língua portuguesa




Referências:


COLA DA WEB. A Cultura Maia, Asteca e Inca Pré-Ocidentalização. Disponível em < http://www.coladaweb.com/hisgeral/maias_astecas_incas.htm > Acesso em: 15 abr. 2009.

HISTORIA VIVA. Apreendidas na Espanha peças de arte pré-colombianas. Disponível em < http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/apreendidas_na_espanha_pecas_de_arte_pre-colombianas.html > Acesso em: 15 abr. 2009.

LIMA, Lilian S A Moreira. Lingua portuguesa: história. Universidade Norte do Paraná, letras 7. São Paulo. Pearson Education do Brasil, 2009.

TEXTO EDITORES UNIVERSAL. Língua portuguesa on-line. Disponível em <http://www.priberam.pt/dlpo.> Acesso em: 14 mar. 2009.

TRABALHO LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS

Atividade 1 – DIVAGAÇÕES SOBRE O DIALETO CAIPIRA.

Eu vó te dizê: lugá de muiê é na cuziá. Esta frase, apesar de não parecer em língua portuguesa, esta perfeitamente aceita e legitimamente “entendida” no nosso idioma, tratava-se de uma variação muito usada na costa brasileira, principalmente nos primeiros anos de colônia, quando os jesuítas esforçavam-se para evangelizar os povos nativos.
Segundo historiadores este dialeto foi resultado de uma dificuldade natural que as pessoas tem de emitir novos sons, ou seja, falar uma língua que não estavam acostumados, neste sentido “ajustavam” o novo idioma ao que seria possível falar (emitir um som parecido). Tinham maiores dificuldades nos fonemas das letras “l”e “r”, especialmente em final de palavras, sendo assim animal, torna se animá e falar tem a pronuncia falá. No caso das consoantes “dobradas” lh, nh, acontecia um processo de vocalização, por exemplo, colher, vira coiêr e manhoso se transforma em maiôso.
Coutinho, no recorte de trecho, enviado pela professora Lilian para este trabalho, percebe que este dialeto caipira esta sendo extinto pelo progresso do país e pela “invasão” dos novos meios de comunicação na vida de pessoas simples que viveram (e vivem) afastados dos grandes centros urbanos. Eu iria mais longe, o dialeto caipira esta sendo menos usado também por motivos hereditário, seus primeiros usuários falavam outra língua e tinha a dificuldade de falar o português, os novos usuários já nasceram “ouvindo” o português e por isso tendem a falar sem a dificuldade que existia anteriormente, em outros termos já é a língua natural, daí a facilidade de emitir os sons que nos dias de hoje acontece.
Se eu estou certo, então o que explica a “sobrevivência” deste dialeto em pequenas cidades? Neste caso volta-se a teoria de que o ser humano tende a formar palavras paroxítonas, com menos letras, daí que algumas pessoas continuam falando da maneira que entendem mais fácil, e fazem menos esforço.
Na literatura temos personagens interessantes, entre eles vale destacar o Jeca Tatu de Monteiro Lobato, caipira típico que com o menor esforço possível conseguia sobreviver às maiores dificuldades. Deixando as historias literárias de lado e colocando em pratica os ensinamentos do curso quanto a historia da língua e suas fontes de conhecimento poderiam dizer que o dialeto caipira foi uma pequena gota de orvalho na enorme árvore que nos presenteou com a “última flor do Lácio”.
Como todo orvalho, irrigou a planta, foi interessante enquanto existiu, mas com a chegada do sol (conhecimento da língua) secou, sem deixar maiores rastros. Seus metaplasmos apócopes e síncopes tendem a desaparecer com o passar dos anos e devem ter um pequeno espaço nos grandes livros de lingüísticas históricas que serão feitos e revisados sobre a origem, evolução e transformação da língua portuguesa.
Só o pensamento do velho caipira, continua sendo aceito, apesar de sofrer enormes alterações: Lugar de mulher é na cozinha, no escritório, na presidência da república...

Atividade 2 – ANALOGIA, A METAMORFOSE DA LÍNGUA.

A relação de semelhança, principalmente de sentido entre palavras existentes e conhecidas com outras, que devem existir, mas talvez eu não ás conheça é um dos grandes mistérios da língua portuguesa. Porque “embarcamos” em um avião?
A analogia, ao contrario dos demais processos estudados, os metaplasmos, ela não acrescenta, elimina ou muda fonemas. O que ela faz é mudar um sentido inteiro para outro, às vezes oposto, isso geralmente acontece depois de um longo período de tempo.
Esta metamorfose das palavras no decorrer da historia formaram frases “celebres”. Walter Prevóst disse: “A memória é como uma maleta. Sempre colocamos nela coisas que não servem para nada”. Jonh Lennon falou: “A ignorância é uma espécie de bênção. Se você não sabe, não existe dor”. Ambos falavam da mesma coisa, de formas diferentes e em momentos diferentes, falavam da intertextualidade de forma analógica, comparavam, faziam por base na semelhança analogias as suas respectivas filosofias.
Analogia em lingüística é isso: a mudança de sentido, ora em uma só palavra, ora em uma frase inteira, é um “objeto deformador” que não deforma e sim “toma emprestado” de acordo com o contexto qualquer palavra, e usa-a de forma que todos a compreendam, mesmo que ela nem lembre o seu sentido “original”
Peixeira é uma faca pequena e afiada, que possivelmente ganhou este nome devido ao seu uso inicial para limpar peixes (perceba que o Darwin devia mesmo estar certo tudo começo nas águas, ou perto delas, embarcar, peixeira, tudo leva-nos de volta as águas). Hoje a peixeira, em algumas regiões, é mais conhecida que o nome faca, assim sendo em algumas décadas, nestas regiões peixeira assumirá o “sentido” total de faca, com isso, teremos a peixeira de mesa (faca de mesa) assim como já temos a peixeira de gado, a peixeira do churrasco...
Mas, voltando ao inicio do texto, qual o neologismo que poderia criar para entrar em um avião? Para criá-lo com certeza seria necessário mais uma analogia, como “entrar em um barco”, é embarcar entrar em um avião, seria emàviar; em um trem, emtrenzar; e em um ônibus? Bem em um ônibus, seria preciso usar uma linguagem atual, buzú, aí embuzuariamos. Ainda bem que podemos usar a analogia, assim deformamos e simplificamos.



Referências:

BIBLIO.COM.BR. O dialeto caipira – Amadeu Amaral. Disponível em: < www.biblio.com.br/conteudo/amadeuamaral/odialetocaipracreditos.htm > Acesso em 10 mar.2009.

BRASIL ESCOLA. Charles Darwin. Disponível em <http://www.brasilescola.com/biologia/charles-darwin.htm > Acesso em: 10 mar.2009.

FRAZZ. Walter Prévost. Disponível em < http://www.frazz.com.br/frase.html/Walter_Prevost-A_memoria_e_como_uma-59003 > Acesso em: 13 mar. 2009.

LIMA, Lilian S A Moreira. Lingua portuguesa: história. Universidade Norte do Paraná, letras 7. São Paulo. Pearson Education do Brasil, 2009.

MARTINS, José de Sousa. Línguas brasileiras – dialeto caipira. Disponível em: < http://www.terrabrasileira.net/folclore/manifesto/caipira.html > Acesso 11 mar. 2009.

MENSAGENS COM AMOR. Frases de Jonh Lennon. Disponível em < http://www.mensagenscomamor.com/frases_de_john_lennon.htm > Acesso em: 13 mar. 2009.

SILVEIRA, Antonio. De Jeca tatu a Zé ninguém. Disponível em < http://www.aultimaarcadenoe.com/conto8.htm > Acesso 10 mar. 2009.

TEXTO EDITORES UNIVERSAL. Língua portuguesa on-line. Disponível em <http://www.priberam.pt/dlpo.> Acesso em: 14 mar. 2009.