4 de maio de 2009

TRABALHO LITERATURA BRASILEIRA

Atividade 1 – HIPOTRÉLICO (tutaméia, quiquiriqui, mexinflório, chorumela ...)


Procurei no dicionário “on line” que sempre uso, o priberam.pt, e nada encontrei. Pesquisei mais um pouco e lá estava os “verbetes da linguagem guimaraenzada”, são muitos, aqui, no titulo coloque alguns que mais me chamaram atenção.
Tatuméia, que tem uma tradução de ninharia, quase nada, pode ser vista de outra forma, uma forma hipotética (ou hipotrélica) que traria uma variedade de sentidos, algo comum a um escritor que soube como nenhum outro explorar o português arcaico, contemporâneo e outras línguas (existentes ou imaginadas), criando uma espécie de gramática própria, que inovou e resistiu ao tempo.


Atividade 2 - JOÃO GUIMARÃES ROSA.

Pelas veredas da vida, pelos caminhos que nos leva ao sertão que existe dentro de cada um de nós, esta João Guimarães Rosa, escritor mineiro, nascido na pequena Cotisburgo, esteve médico, esteve diplomata, mas sempre foi escritor.
A característica mais marcante em suas obras regionais/universais é o uso inovador da língua, ele sem pudores usa de toda a sua criatividade para a formação de neologismos, dando a cada palavra uma plurisignificação que transcende o espaço da página e encontra no leitor um campo fértil para novas significações.
Outro ponto marcante é a fonte universal da qual bebem os grandes mestres: o bem e mal, a vida é a morte, qual o sentido de existir? Rosa, com seu jeito único de escrever mistura arcaísmos a termos modernos para nos mostrar que as palavras vão alem do texto, seus personagens fortes vão alem da historia.
Com seu estilo absolutamente novo, marcou de forma digna a 3ª fase do modernismo brasileiro, trazendo a tona, no seu universo regionais de jagunços e fazendeiros questões universais: qual o significado do amor? Do ódio? Da ambição? Qual o motivo pra sobreviver à fúria do homem e a aridez da terra?
Afinal, “Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não. Deus esteja.”

Atividade 3 – ALGUMA POESIA


“Eu também já fui brasileiro / moreno como vocês. / Ponteei viola, guiei forde / e aprendi na mesa dos bares / que o nacionalismo é uma virtude. / Mas há uma hora em que os bares se fecham / e todas as virtudes se negam.” ( Drummond)
Este trecho de “também já fui brasileiro” tem semelhança com Alguma poesia, ambos mostram que muitos artistas e intelectuais da década de 20 e 30 defrontaram-se com alguma ambivalência (aspectos diferentes entre si) na definição do caráter nacional ora valorizado em nossas raízes, ora projetado no rumo da modernização.
Daí que devemos entender que esta virtude do nacionalismo esta tanto no “elevador quanto na roça”, era provavelmente o primeiro indicio de um país plural, heterogêneo, completo como é o nosso.


Atividade 4- A HORA DA ESTRELA


O heterônimo Rodrigo S.M. serve como uma tentativa de Clarice Lispector imaginar outra forma de escrever, isso acontece em 1977, ou seja, bem longe da geração de 45, tempo em que a escritora foi um dos ícones com suas pesquisas estéticas.
A historia tem um contexto social e mostra uma personagem até certo ponto típica (nordestina, sem instrução, sendo explorada...). Talvez o que sirva para “ligar” “a hora da estrela” a geração de 45 seja o fato do heterônimo. Mas porque o uso de tal artifício?
Talvez o fato de estar sofrendo de câncer, tenha feito a autora fugir de seu cotidiano, que era escrever com narradoras femininas e aventurar-se com um narrador masculino, sendo assim escreveria inovando até mesmo do ponto de vista inicial: a visão de um homem. Clarice não consegue, e seu Rodrigo acaba soterrado sob a criatividade da grande escritora que o criou.
Assim sendo, a analise psicológica dos personagens volta com força, a introspecção, o exame psíquico do narrador, que vira personagem, ao descrever tanto seu interior, quase tão latente quanto a Macabéia. Ambos são personagens da Clarice e trazem consigo toda a metalinguagem de seu tempo.

Atividade 5- GABRIELA, CRAVO E CANELA


A beleza morena, que representa a mistura da raça negra com a branca, que povoou a Bahia durante o processo de colonização é sintetizado por Jorge Amado em Gabriela, uma personagem fascinante que nos apresenta a melhor fase do escritor, a fase lírica.
Amadurecido como ser humano Amado depois de 1958 dosa seus romances que eram quase totalmente políticos, com temperos mais doces e marcantes. Gabriela é o inicio deste processo. No enredo uma jovem pobre vinda do interior, mas de beleza espetacular se torna a jóia mais rara e cobiçada pelos poderosos de plantão.
É como se Jorge dissesse: Existe algo mais forte que o poder, existe o prazer, e o prazer é ter os carinhos de uma meiga e doce baiana. O lirismo do autor ao descrever o espírito livre e rústico da personagem o levou a academia brasileira de letras, e respectivamente ao mundo eterno dos grandes poetas.


Referências:

ALGOSOBRE.COM.BR. Tatuméia – Terceiras Estórias. Disponível em < http://www.algosobre.com.br/resumos-literarios/tutameia-terceiras-estorias.html > Acesso 04 abr.2009.

BRASIL ESCOLA. Guimarães Rosa. Disponivel em:< http://www.brasilescola.com/literatura/guimaraes-rosa.htm> Acesso em 30 mar.2009.

MUNDO VESTIBULAR, Clarice Lispector - A Hora da Estrela. Disponivel em:< http://www.mundovestibular.com.br/articles/51/1/A-HORA-DA-ESTRELA---Clarice-Lispector-Resumo/Paacutegina1.html > Acesso em 04 abr. 2009

PAGNAN, Celso Leopoldo. Literatura brasileira. Universidade Norte do Paraná,
letras 7. São Paulo. Pearson Education do Brasil, 2009.

PASSEIWEB. Alguma poesia, de Carlos Drummond de Andrade. Disponível em < http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/a/alguma_poesia > Acesso em 04 abr. 2009.

TEXTO EDITORES UNIVERSAL. Língua portuguesa on-line. Disponível em <http://www.priberam.pt/dlpo.> Acesso em: 04 abr. 2009.

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