4 de maio de 2009

TRABALHO LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS

Atividade 1 – FURO DE REPORTAGEM

Em uma pequena cidade imaginária de uns 30mil habitantes, situada entre o estado de Amazonas e do Pará, um jovem repórter de 35 anos, formado em historia americana, é chamado às pressas, por um fazendeiro local, a rádio em que o repórter trabalha é comunitária e só é ouvida dentro do território de sua cidade. Assim que entra no ar, ele fala: Bem amigos, estamos aqui, na fazenda Tabúa, neste município de Pedreiras onde fomos chamados pelo proprietário da mesma, após a descoberta de um incrível achado arqueológico, que pode mudar até a historia do nosso país.
Tudo aconteceu há apenas duas horas atrás, estávamos na rádio, recebemos a informação, e, de imediato viemos conferir, e, pelo que vimos aqui, o dono da fazenda, o senhor João Soares tinha razão: É uma descoberta fascinante, em breve este local deverá ficar cheio de pesquisadores, repórteres e demais entendidos, alem de admiradores de relíquias dos povos pré-colombianos.
Mas, vamos aos fatos: O Senhor João Soares resolveu reformar a barragem existente em sua propriedade, para isso precisava de muita pedra e decidiu dinamitar uma enorme rocha que fica no final de sua propriedade, assim como já fizeram muitos fazendeiros de nossa região. Ao tentar dinamitá-la, a enorme rocha partiu-se ao meio e mostrou por traz dela uma enorme passagem que entra no morro e depois desce para dentro dele. Esta passagem leva há uma enorme construção subterrânea, com características nunca vistas em nosso país.
Eu fui um dos primeiros a entrar, o local ainda esta sem iluminação, levei lanternas e o que pude ver foi um enorme salão, que parecia ter janelas, com algo tipo um parlatório, ou um altar no centro. Provavelmente era utilizado em cerimônias ou festas. Me chamou especial atenção, para as pedras deste local, bem limpas como se fossem polidas, destoando do resto da construção. Pude perceber figuras nas paredes, que lembras pinturas rupestres acompanhadas de pequenas inscrições que lembram textos, apesar de os caracteres não serem os mesmos de nosso alfabeto.
O chão desta enorme sala esta coberto de uma camada espessa de terra negra que parece cinzas endurecidas, em uma segunda sala anexa a primeira encontrei artefatos que parecem lanças e outros que lembram escudos, todos com um símbolo de um sol, o que lembra o povo Huari, do qual descendeu os Inca, pois este era seu principal deus. Jogado num canto da sala, vi um medalhão com uma coroa gravada, com inscrições parecidas com a língua espanhola.
Muitos pesquisadores irão descobrir todos os mistérios deste local, porem eu, um dos primeiros a vê-lo arrisco-me a deduzir pelo trabalho na pedra, semelhante a Machu Picchu, no Peru, que este local poderá ser uma cidade inteira, é provavelmente mais uma construção dos Incas, ou de seus antecessores e com isso reescreverá a historia desta civilização, mostrando que não viveram apenas no litoral, vieram ao interior, talvez até viveram primeiro aqui, e só depois, foram ao litoral, talvez retornando a viverem neste local, refugiados dos conflito com os espanhóis.
Infelizmente as cinzas no chão, provam que aconteceu uma enorme catástrofe natural, que criou toda esta cordilheiras de montanhas (mesmo que de baixa altitude) e soterrou os prováveis últimos refugiados deste antigo império. Arrisco-me mais, esta construção deve ter mais de 3 mil anos, faremos maiores investigações e levaremos ao ar amanhã com esta que provavelmente será a maior descoberta arqueológica da historia do Brasil.

Atividade 2 – ENTREVISTA TELEVISIVA OU RADIOFÔNICA

Nas entrevistas televisivas ou radiofônicas, a fala apresenta muita semelhança com a escrita, devido ao uso de termos muitos utilizados na variedade padrão da língua.
A característica principal que assemelha este gênero oral dos gêneros escritos é o planejamento, que geralmente é feito pelo entrevistador e visa “guiar” o caminho que será percorrido pelo entrevistado. Assim sendo o entrevistador ou a sua equipe formula perguntas diferentes e adequadas a cada entrevistado. No caso de um poeta é normal perguntas sobre sua infância, sua família, o que o levou a escrever, quais seus livros preferidos entre outras.
Com um político praticamente nenhuma destas perguntas seriam feitas, com certeza de planejaria questões sobre cultura, meio ambiente, corrupção... Por serem planejadas com uma certa antecedência as vezes o entrevistador as atualiza em pleno programa criando situações em que se percebe mais facilmente a descontração dos gêneros orais.
No caso dos entrevistados, salvo raras exceções só sabem o tema da entrevista, então se “preparam” para responderem sobre tal assunto, e, fazendo isso geralmente lêem sobre o assunto e preparam respostas no mesmo nível cultural do entrevistador, assim sendo usam o padrão culto da língua, o que aproxima muito as respostas da linguagem escrita.
Poderíamos assim elencar as principais características do gênero oral entrevista: a) perguntas planejadas antecipadamente; b) fala orientada geralmente por fichas, com tempo cronometrado; c) local combinado e conhecido; d) tom de voz modulado de acordo com o tema; e) possibilidade de atualização de perguntas, no caso de algum fato novo sobre o tema abordado; f) presença de “platéia” no local da entrevista e fora dela; g) uso de linguagem oral de forma culta; h) presença física dos falantes, platéia e presença “virtual” de outra platéia que as vezes pode interagir via computador ou telefone.
Vale destacar também que neste gênero o entrevistado pode se ofender, ou não concordar com alguma colocação do entrevistador, o que pode causar constrangimento e mudar o “ritmo” da conversa para um plano bem inferior ao usado na norma culta de língua.

Atividade 3 – ELOCUÇÃO FORMAL

A transcrição da entrevista que serve como base para este texto, é sim um registro formal da língua falada devido a formatação de sua escrita e as marcas lingüísticas características que são usadas na oralidade.
Podemos perceber claramente os marcadores: bom, desse/dessa, pausas seguidas, reiterações, éh, no, eu (repetidas vezes), de que, esses/esse, tem, encabeçar a lista, e sim, ao fato, de ele, e cheguei, parti, eu não preciso ficar repetindo aqui, né?, nem, então, até, se ia, não é que eu tenha nada contra, ao contrário, eu acho, bem, uma ques/uma..., dizia-se que..., primei/primeiros, hoje em dia, ou seja, da... da, do livro número quatro...não... do livro número três... se não me engano...
Os termos estão como aparecem no texto e não foram repetidos os números de vezes em que aparecem por motivos lógicos. Todos eles servem para provar que o arquivo é um registro, uma amostra da língua oral, que é informal e não foi totalmente planejado, mas segue uma seqüência interessante pois volta ao tema de forma discreta, o que mostra o bom nível cultural da entrevistada, com certeza algum com menos cultura teria voltado ao tema de forma mais “visível” e mais vezes.
Assim como acontece uma oralização de um texto escrito, também acontece a escrita de um texto oral e este exemplo traz consigo todas as características do texto oral, seus marcadores, suas repetições, sua forma, que transpassa ao leitor o sentido de uma mensagem criada e executada no mesmo momento, dá até para “sentir” o nervosismo da entrevistada.

Atividade 4 – EU SOU O ENTREVISTADOR ?

Para esta atividade, visando uma fala bem natural resolvi não entrevistar diretamente e sim “grampear” (risos) alguns amigos. Assim sendo no meio do meu trabalho, ao recebê-los e sem que os mesmo percebessem comecei a gravar as conversas, então após os contatos normais de serviço “puxei” o assunto para a língua portuguesa.
No primeiro momento o papo fluiu naturalmente, mas depois de algumas perguntas mas especificas senti que os “entrevistados” estranharam a insistência e tornaram as respostas mais bem elaboradas, até certo ponto próximas da linguagem “padrão”, ou seja formal, como se não tivessem mais a mesma “intimidade” com o que estavam falando.
Os marcadores conversacionais mais utilizados foram: é assim, na verdade, tranqüilo, é a questão, a sim... né?, isso mesmo?, sabe?, entendeu?.



A língua portuguesa... é interessante... porem assim... muito difícil de ser... iscrita, na verdade... pra se falar até tranqüilo mas pra se escrever muito mais difícil.

A maior dificuldade que eu tive na língua portuguesa na verdade é assim é... é a questão gramatical... a sim... a questão de ditongo é muito difícil... a questão de acentuação...

Pra eu falar do que me lembro bem é assim ... as vezes a a questão de coordena... é... de... coordenação né? Isso mesmo que se fala? Coordenação ... no momento so me lembro disso mesmo... coordenação fala uma coisa e pra escrever tem que se escrever concordando, sujeito com verbo né assim ? predicado e as vezes pra falar não se exige tanto

Se eu tivesse oportunidade eu estudaria á nossa própria língua, o português embora é dificil sabe? Se escrever e falar... é ...escrever na verdade... mas é interessante se eu tiver oportunidade de aprender eu aprendo outra língua que conhecimento nunca ´demais, entendeu?(... ....) embora seja dificil mas eu gosto da língua portuguesa




Referências:


COLA DA WEB. A Cultura Maia, Asteca e Inca Pré-Ocidentalização. Disponível em < http://www.coladaweb.com/hisgeral/maias_astecas_incas.htm > Acesso em: 15 abr. 2009.

HISTORIA VIVA. Apreendidas na Espanha peças de arte pré-colombianas. Disponível em < http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/apreendidas_na_espanha_pecas_de_arte_pre-colombianas.html > Acesso em: 15 abr. 2009.

LIMA, Lilian S A Moreira. Lingua portuguesa: história. Universidade Norte do Paraná, letras 7. São Paulo. Pearson Education do Brasil, 2009.

TEXTO EDITORES UNIVERSAL. Língua portuguesa on-line. Disponível em <http://www.priberam.pt/dlpo.> Acesso em: 14 mar. 2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu Comentário!