12 de maio de 2010

A GERAÇÃO DA UTOPIA

Romance escrito por Pepetela, autor de uma vasta obra, e muito estudado dentro da Literatura Africana. Em A Geração da Utopia (um livro que, como dizia minha professora de LA é indispensável a qualquer estudante de Letras) relata trinta anos de história de um grupo de jovens angolanos.
Como o livro é intenso e rico em detalhes da época, da guerra e do interminável sofrimento de um povo que buscava a liberdade, procurarei resumir de forma dinamizada a obra toda...

A ação dos protagonistas de A Geração da Utopia se desenvolve em quatro
capítulos, iniciando-se por “A Casa (1961)”, tendo seqüência em “A Chana (1972)”,
“O Polvo (1982)”, finalizando com “O Templo (a partir de junho de 1991)”.

A CASA - situada em Lisboa, espaço onde se reuniam os estudandes vindos de diversas cidades africanas onde expunham e debatiam suas produções intelectuais, além dos ideais libertários nacionalistas...

A CHANA – (sem trocadilhos) Lugar onde ocorre a luta guerrilheira pela independência. Os homens se engajaram na guerrilha e se ela, em tese, poderia uni-los servindo de eixo para um ideal comum, na prática contribuiu para distanciá-los. Observa-se como a divisão interna vai dissolvendo e corrompendo o movimento. Guerrilheiros do leste se colocam contra os do norte, num conflito que parece só se aprofundar, e a guerrilha vai perdendo o verdadeiro foco...

O POLVO – é um tempo breve, é um reencontro do homem consigo mesmo, o do homem
com um pesadelo do passado – emblematizado na figura do polvo e do homem com uma mulher...

O TEMPLO - O título é uma alusão à Igreja da Esperança e Alegria do Dominus, liderada por um dos personagens...

Curiosidades:

A independência da Angola se deu em 1975, podemos então sintetizar essa indepêndencia como a passagem da utopia para a distopia, ou seja, a passagem de um sonho para uma realidade.

MPLA – Movimento pela Libertação da Angola.

PIDE – Policia Internacional e da Defesa do Estado.

Geração da Utopia – Jovens em busca de um ideal de liberdade

PEPETELA - breve historinha do autor em uma de suas aulas na faculdade Lisboa, muito interessante...

“Portanto, só os ciclos eram eternos.”
(Na prova oral de Aptidão à Faculdade de Letras, em Lisboa, o examinador fez uma
pergunta ao futuro escritor. Este respondeu hesitantemente, iniciando com um portanto.
De onde é o senhor, perguntou o professor, ao que o escritor respondeu de Angola. Logo vi
que não sabia falar português, então desconhece que a palavra portanto só se utiliza como
conclusão dum raciocínio ? Assim mesmo, para pôr o examinando à vontade. Daí a raiva do
autor que jurou um dia havia de escrever um livro iniciado por essa palavra. Promessa cumprida.
E depois deste parêntesis, revelador de saudável rancor de trinta anos, esconde-se
definitiva e prudentemente o autor.).” PARA A CONFIRMAÇÃO DO FATO, RECOMENDO A LEITURA DA OBRA!!!!

Outras obras de Pepetela de mesmo fundo histórico: (Mayombe, Yaka, A gloriosa Família)

Um comentário:

  1. gostei muito do seu trabalho,descreveu perfeitamente o livro.

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